Caprichos de Almeria - Andaluzia
Talvez esta estruturas estejam dentre as mais caprichosas peças de arte da natureza, tamanha a variedade de formas que são encontradas nos sítios geológicos da Bacia Sedimentar de Vera, na região de Almeria, onde também ocorrem as famosas "Cuevas de Almanzora - Antas".
Estas espetaculares concreções foram descobertas em pesquisas na internet e o autor do material disponível é o Sr. Hélios Garcia e podem ser acessadas integralmente e na língua de origem através do link:
https://echino.wordpress.com/2009/12/23/%C2%BFestuvo-picasso-en-la-loma-de-vera/
Abaixo transcrevo em partes o conteúdo apresentado pelo autor e uso de meus conhecimentos geológicos e das imagens fornecidas para traduzir e compreender pelo menos em teoria os processos formacionais destas estruturas e poder contribuir com o leitor no entendimento da natureza destas preciosidades do mundo natural!!!
Boa leitura!!!!
"...As concreções surgem do ventre da terra como verdadeiras obras de arte surrealista
e cada peça surpreende qualquer aficionado pela natureza.
Dentre as formas mais comuns descritas pelo autor destacam-se os
chamados “platillos volantes" e outras mais elaboradas como puzzles, escrituras
antigas até com aparências extraterrestre.
A história geológica destas concreções datam do período Mioceno onde na
Bacia Sedimentar de Vera estavam submersas em águas de um mar raso e quente
ricos em sedimentos marinhos, sobretudo calcáreos. A evolução geológica desde
então na região, combinando orogênese das cordilheiras Batidas e a regressão do
nível do mar sobre a região modelaram a paisagem como hoje esta apresentada na
suas feições maiores.
No ambiente A partir deste ambiente passaram a ocorrer processos
posteriores à sedimentação química primária ou singenética à formação da Bacia
Sedimentar. Estes processos posteriores ou epigenéticos são genericamente denominados
de diagênese e envolvem complexas reação químicas, bioquímicas e físicas que
podem sofrer um sedimento durante a diagênese e se processa em subsuperfície.
Neste contexto sedimentar denominado Bacia de Vera – Cavernas de Almanzora
- Antas são encontrados uma legião de registros geológicos muito interessantes
e peculiares como fósseis diversos, geodos gigante de gesso de Pulpi, minerais de chumbo, Baritas espetaculares da Serra
Almagrera, vidros vulcânicos de "Verita" e as sui generis concreções
de Pago da Loma.
No caso das concreções de “la loma”, a diagênese se iniciou abaixo do
nível do lençol d´água na época, e as transformações se deram sobretudo a pouca
profundidade e em condições de pressão e temperatura muito próximas as
superficiais.
Dentre os principais processos diagenéticos que ocorrem estão: cimentação,
dissolução, recristalização, substituição.
A formas inusitadas e únicas das concreções de loma parecem refletir
justamente este comportamento diagnético à época de nucleação das concreções tem
seu “gérmem recristalizador” muito
próximo a superfície freática ou saturada
em sais do meio o que pode ser explicado pelas superfícies muito
planificadas dos topos das concreções encontradas in situ e refletindo
distintos estratos sobrepostos e afetados pela nucleação dispersas das
concreções como em níveis distintos do lençol ao longo do ciclo diagenético das
rocha.
Esta variação pode ser apenas de sazonalidade anual (períodos secos e
mais úmidos ou muito mais úmidos) onde o nível saturado podia oscilar anualmente
alguns decímetros (até 0,5m). Contudo olhando-se numa escala de tempo geológico
estas oscilação do nível freático pode se dar de modo mais consistente, ou
seja, reflete oscilações mais regionais tais como uma regressão ou transgressão
marinha e seus efeitos em todo o conjunto.
A evolução morfogenética da paisagem reveladas por processos diversos,
tratou-se de expor à superfície estes estratos afetados por tal processo e
deste forma trouxe a luz e aos olhos humanos tais caprichos de formas que tanto
encanta aos olhos dos atentos!!!
Ainda sobre as concreções, segundo o autor Hélios Garcia: “...o motor de
crescimento das concreções é geralmente a mineralização da matéria orgânica no
próprio sedimento ou sedimentos adjacentes. Os elementos a serem precipitados
em torno do “germem” são minerais de carbonato e sílica dissolvidos em água que
cimentam concentricamente os grãos de sedimentos, preenchendo os microporos unindo-os
e crescendo de dentro para fora continuamente a partir do núcleo do “gérmem” e
assim formam-se a concreção como unidade coerente, individualizada, sem
porosidade, e, portanto, mais resistente do que a camada de areia que inclui
hospedeiro.
Podem assumir muitas formas, sendo a mais comum como ovóides (bi-convexa)
e em seção longitudinal tem formato círculo quase perfeito. Podem variar em tamanho
desde 1 centímetro a mais de 30 centímetros e quando encontradas em porções
mais suaves das colinas podem trazer concentração de peixes fósseis.
As formas mais arredondadas resultam de um processo de redistribuição
diagenética de carbonatos biogênicos contidos nas areias e que por processos de
nucleação concêntrica por meio da difusão de calcita sob camadas sucessivas e crescente
de forma centrífuga. Estas concreções também podem ser formadas a partir da
redução de sulfatos por bactérias ou atividade microbianas em ambiente redutor.
Muitas vezes, nas formas mais complexas (elipsoides esferas aglutinadas ocorrem
certo imbricado ou orientação dos aglutinados, gerando formas espacialmente
curiosas como “estradas romanas” ou “peças de quebra-cabeças” dependendo da
área explorada.
Outra curiosidade é que sul / sudeste de Loma, é a proximidade de um
grande depósito de lava vulcânica preta ocorrem uma região muito rica em cristais
vulcânicos tipo “vidros de veritas" formados a uma forte atividade
vulcânica posterior na bacia denominados
de “Cabezo Maria”.